“Chegamos ao final de 2012 com um Partido ainda
mais forte política, estrutural e ideologicamente. E neste último
programa saúdo cada comunista que fez do PCdoB esse Partido de luta, de
programa, que tem como ideal uma sociedade justa e soberana.” Essas
foram algumas das palavras externadas por Renato Rabelo, presidente
Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), durante gravação da
última edição do “Palavra do Presidente”.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Para
Renato, “o ano de 2012 foi um ano de significativas celebrações, mas
também de muitas lutas e de grandes vitórias. Neste ano, o nosso Partido
se empenhou para atingir seus objetivos, para garantir que as nossas
lutas atingissem o sucesso, lutas essas que nunca perderam de vista o
programa do PCdoB”.
Ele frisa que foi um ano que começou já com as celebrações dos 90 anos,
momento que mobilizou todo o país na reafirmação desta data.
“Todos os estados da federação comemoraram esta data, o país inteiro
sentiu a expressão desta festividade, não só porque o PCdoB é o Partido
mais antigo, mas porque tem tradição e mostrou seu valor ao longo da
história do país”, reafirmou o dirigente nacional.
Segundo Renato, mesmo o PCdoB sendo um Partido nonagenário, é um Partido
jovem, pois se ampara em ideias de vanguarda, está amparado em ideais
avançados que buscam a construção de uma sociedade moderna, sobretudo a
construção de uma sociedade que supere o capitalismo.
Durante o programa Renato Rabelo voltou a falar do documento aprovado,
neste ano, pelo Comitê Central do Partido. “Esse documento, que foi
intitulado ‘90 anos em defesa do Brasil, da democracia e do socialismo’,
visa contar a história política do PCdoB inserida na própria história
do Brasil, destaca as gerações comunistas que fizeram do PCdoB o que ele
é hoje, como também procura tirar lições desse extenso caminho
percorrido pelo Partido.”
Eleições 2012
Para o dirigente o Partido vive neste momento um ciclo de crescimento
gradativo, “sai destas eleições com uma posição mais afirmativa e com
mais respeito na seara política. Isso ocorre por que para nós o que
importa é o interesse do povo, dos trabalhadores que diariamente movem
esse país”.
Renato
explicou que além do avanço quantitativo do Partido, o PCdoB também
avançou qualitativamente. “É importante destacar qual a qualidade destes
números conquistados. E nesse caso, nestas eleições, o PCdoB é o 6° no
grupo chamado G85. Ou seja, o nosso Partido é o sexto partido com mais
conquistas em prefeituras de municípios com mais de 200 mil habitantes.”
Partido de programa e militância
O dirigente nacional lembrou que o PCdoB não é um Partido de carreirismo
e que não vai para nenhuma campanha sem projeto. “É importante lembrar
que essa foi a maior campanha do PCdoB, mas o Partido não entrou nesta
corrida sem definição, cada militante que ocupou as ruas sabia dos
nossos desafios e tinha como referencial um projeto definido claro e
consentâneo com o nosso programa. Desse modo, nossa militância, que é
aguerrida e sabe porque luta, fez uma grande diferença na hora da
disputa.”
De acordo com Renato, nesta campanha o Partido lutou por cidades mais
humanas, mais modernas, apresentou propostas que levam em conta a
governança com o povo. “Nossa campanha foi feita a partir de um debate
de ideias e programa, esse é a nossa postura e o nosso mote. Alcançamos
êxito, mas isso só foi possível graças ao nosso exército, que com suas
bandeiras empunhadas, fizeram do PCdoB um Partido ainda mais forte,
tornaram o Brasil ainda mais Vermelho. E nosso olhos agora se voltam
para 2014”, orientou o dirigente.
A direita e a mídia golpista
Durante o programa, Rabelo reforçou o coro sobre a luta pela
democratização da mídia. “Diante do que foi assistido ao longo de 2012,
os ataques da mídia e sua luta para deslegitimar o que foi iniciado por
Luiz Inácio Lula da Silva e é continuado pela presidenta Dilma, o PCdoB
reforçará a luta pela democratização da mídia no Brasil. Porque a mídia,
a chamada grande mídia no Brasil, é um monopólio comandado por algumas
famílias e em função disso a notícia é homogênea e serve a um segmento
da sociedade.”
Segundo
ele, “o que se observa no Brasil hoje é uma excrecência, não é uma
mídia democrática, mas sim uma mídia antidemocrática e não podemos mais
admitir isso em nosso país. Democratizar a mídia é uma luta fundamental,
e está entre as tarefas mais importantes na agenda do PCdoB. É preciso
garantir o direito de voz a toda a sociedade. É chegada a hora de pôr
fim a esse grupelho que domina os meios de comunicação no Brasil”,
disparou o presidente do PCdoB.
Reformas estruturais
Para o presidente do PCdoB o resultado colhido em 2012 é amplamente
favorável para os partidos que compõem a base da presidenta Dilma
Rousseff. “Os partidos de oposição perderam 30 milhões de eleitores
nestas eleições, e isso não e qualquer coisa”, pontua.
Desse modo, Renato reforça: “Nosso projeto não pode parar, temos ainda
problemas graves para resolver e é esta base, que é progressista e que
inaugurou um novo ciclo no país, que pode contribuir para as soluções.
Ainda precisamos realizar reformas estruturais importantes, que são os
grandes desafios de nossa nação. E o PCdoB está pronto para começar essa
jornada”.
Projeto de desenvolvimento
Ao longo do “Palavra do Presidente”, Renato frisou a postura guerreira
adotada por Dilma e explicou como a estratégia traçada pela presidenta
para lograr êxito para a nação pode transformar a vida dos brasileiros.
“A postura assumida por Dilma, especialmente sua estratégia para
construir um projeto de desenvolvimento econômico. Desde o final de
2011, Dilma está se empenhando em realizar uma espécie de transição, que
visa colocar o país em um novo patamar, que tem como foco o
desenvolvimento com inclusão, especialmente com o migração dos que ainda
se encontram na linha da pobreza”, explicou.
Segundo ele, essa transição visa também superar toda aquela política
econômica que estava baseada nos princípios neoliberais. E ele lembra,
“isso só será possível a partir da luta política, a partir da firmação
de um novo pacto social no país, este que leve em grande conta as forças
do trabalho e da produção e do desenvolvimento nacional. E para que
isso ocorra é preciso fazer alguns enfrentamentos, e a presidenta Dilma
comprou alguns, cito as lutas que o governo tem travado com o chamado
capital rentista”.
E acrescentou: “Sabendo que os trabalhadores compõem de uma maneira
geral a maioria da população deste país, não dá para pensar em projetos
de desenvolvimento sem levar em consideração as demandas dos
trabalhadores. Desse modo, desenvolver com inclusão e distribuição de
renda, significa não perder de vista o papel dos trabalhadores e o PCdoB
estará preparado defender esta demanda em 2013”, sinalizou Renato.
Perspectivas para 2013
Para 2013, Renato Rabelo diz que o PCdoB travará sua luta em duas
grandes frentes: a política e a econômica. “Após ampla discussão, nossa
estratégia será travar a luta tanto no plano político, com vistas a
fortalecer nossa democracia, para tanto endurecemos nossa luta pela
reforma política, como no plano econômico, engrossando o coro para a
construção de um projeto brasileiro de desenvolvimento, que enterre de
uma vez os fantasmas desta grande crise que assola diversos países do
globo.”
Além disso, Renato sinalizou uma nova frente de luta, a democratização
do poder judiciário. “É uma nova trincheira de luta que surge a partir
dos últimos acontecimentos e o PCdoB, pelo Partido que é, não pode se
furtar de enfrentar. Pensamos que já é chegada a hora de acabar com esse
sistema de indicações para o Judiciário, o povo deve participar desse
processo. O PCdoB quer a exigência de mandatos eletivos para os
ministros dos Tribunais Superiores, chega de indicações e cargos
vitalícios.”
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